imitou-o. Pouco depois vieram os três sentar-se de novo á porta da mísera habitação, no poial que se estendia sob a parreira verdejante.
– Nós já estávamos desconsolados, censurou a tia Vicência.
O marido lançou-lhe um olhar de reprovação.
– Não me foi possivel vir mais cêdo. Vou-lhes contar porquê.
E, passando o lenço pela testa alagada em suor, o bom prior começou assim:
– Eu saía para aqui depois do meu jantar, como de costume; mas, ao chegar ao muro que circunda a horta do Luís do Canto, vi no chão um estranho embrulho. Aproximei-me e fiquei surpreendido vendo uma linda criancinha, que tinha um papel pregado no pano que a envolvia, no qual se lia:
«Pede-se á primeira pessoa, que aqui passar, que tome conta dêste anjinho, por caridade».
– Puseram-lha no caminho de propósito, comentou a tia Vicência.
– Propósito ou acaso, eu não podia deixá-la ali, tão pequenina e só. Fui levá-la a minha irmã, que rabujou um pouco, mas lá se ficou agasalhando o anjinho.
– ¿E que faz agora dêle o senhor prior?
– Nem eu sei… Demais a mais é uma menina.
– ¿E que idade tem?