- Então que história é esta? Vocês sáem e não previnem ninguêm? Está aqui uma pessoa em cuidado...
A mãe de Rosa, que era uma filha muito carinhosa e respeitadora, apressou-se a pedir-lhe desculpa:
- Não tivemos intenção de o afligir, meu pai. Foi um acontecimento inesperado... Tomé que lho conte emquanto eu vou preparar a ceia, se me dá licença. - Vae, vae, que já não é sem tempo. Estou morto de fome!
Tinha escurecido.
Tomé acendeu o candieiro e, sentando-se em frente do sogro, com Rosa nos joelhos, começou a contar-lhe, cheio de entusiasmo, como soubera que na praia estava uma baleia.
Rosa separava as conchinhas sobre a mesa, e sua mãe preparava a última refeição do dia.
O velho, fumando tambêm o seu cachimbo, ouvia a história do genro com um sorriso escarninho nos lábios. Quando êle acabou de lhe contar os seus projectos de fortuna com a imaginária venda da baleia, exclamou:
- Então tu julgas que por ela ter dado á nossa costa não tem dono?
- Está visto.
Pois enganas-te. Pertence ao baleeiro que a harpoou. No harpão devem estar gravadas as armas da nação a que êle pertence é o nome do navio que se emprega nesta arriscada caça.