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Página:Maria O'Neill - Horas de Folga.pdf/77

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horas de folga
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– Eu sou a Fada dos bosques, disse-lhe ela sorrindo. Sou uma das mais amimadas filhas da terra porque zélo todas as árvores que a sombreiam, e, como pediste a minha mãe que se abrisse e te abrigasse em seu seio, ela enviou-me em teu socôrro, reconhecida de que, na tua aflição, te lembrasses dela. Tão pouco habituada está a que seus filhos se lhe dirijam a não ser para a explorar! Tu chamaste-a sinceramente na tua dôr, invocaste a sua protecção com fé. Aqui me tens para te guiar, minha filha. Dá-me a tua mão e verás como tudo a teus olhos se transforma

A pequenina estendeu a mão á fada e imediatamente a lua surgiu no horizonte, iluminando o pinhal e espelhando no chão as fantásticas sombras das árvores. O rouxinol cantou primorosamente numa balsa vizinha e o vento cedeu o passo a uma brisa suave e lisonjeira. O carreiro que cortava o pinhal parecia feito de luz, e o perfume das flores campestres, desabrochadas como por encanto, inundava os montes.

Caminhou assim por muito tempo; mas era-lhe isso tão agradavel, que lhe parecia que poderia andar toda a vida sem se cansar.

Finalmente, ao romper do dia, alcançaram a estrada rial. Então a linda mulher, que durante todo o caminho lhe sorria, mas sempre silenciosa, falou assim:

– Aqui tens a estrada rial. O sol já vem surgindo alêm e em breve inundará a planície. Nunca com a