pensei, quando me pediste o prêço das corridas: não te julgava capaz de quereres merecer um adjectivo forte.
― ¡Um adjectivo forte! disse Artur, contente de a poder arreliar. Tu atiras com as palavras como se fôssem pedras! ¡Sabes lá o que é um adjectivo!
― Sei que nem só tolo, parvo, bruto, belo, etc., são adjectivos. Cubiçoso tambem o é, e ser cubiçoso é muito feio.
E voltou-lhes as costas, deixando-os espantados com o seu saber.
― ¿Quem lhe explicaria o que é adjectivo? per- guntou Artur ao primo.
― Foi decerto a tia, ¿pois quem havia de ser?
― Vamos perguntar-lho.
E correram a ter com D. Gertrudes; mas esta, muito preocupada com o seu dôce, disse-lhes com mau umor:
― Deixem-me, que este trabalho requer toda a atenção... deixem-me.
― A tia não foi! exclamou Sebastião convencido.
E, chamando a prima, pediu-lhe amavelmente:
― Dize-me cá, Zèfinha, ¿quem te ensinou o que era adjectivo?
― Vocês.
― ¡¿Nós?! exclamou Artur admirado.
E, com a firme certeza de lhe não terem explica- do cousa alguma, ajuntou:
― Nós, não.