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Página:Memórias Pósthumas de Braz Cubas.djvu/298

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CAPITULO CXI

 
O muro
 

Não sendo meu costume dissimular ou esconder nada, contarei nesta pagina o caso do muro. Elles estavam prestes a embarcar. Entrando em casa de D. Placida, vi um papelinho dobrado sobre a mesa; era um bilhete de Virgilia; dizia que me esperava á noite, na chacara, sem falta. E concluía: «O muro é baixo do lado do becco.»

Fiz um gesto de desagrado. A carta pareceu-me descommunalmente audaciosa, mal pensada e até ridicula. Não era só convidar o escandalo, era convidal-o de parceria com a risota. Imaginei-me a saltar o muro, embora baixo e do lado do becco; e, quando ia a galgal-o, via-me agarrado por um pedestre de policia, que me levava ao corpo da guarda. O muro é baixo! E que tinha que fosse baixo? Naturalmente Virgilia não soube o que fez; era possivel que já estivesse arrependida. Olhei para o papel, um pedaço de papel