Saltar para o conteúdo

Página:Memórias Pósthumas de Braz Cubas.djvu/315

Wikisource, a biblioteca livre

CAPITULO CXVIII

 
A terceira força
 

A terceira força (Veja a primeira linha do capitulo passado) a terceira força que me chamava ao bulicio era a impaciencia de luzir, e, sobretudo, a incapacidade de viver só. A multidão attrahia-me, o applauso namorava-me, a gala, o tumulto, o rufo, eram outros tantos objectos de seducção. Se a idéa do emplasto me tem apparecido nesse tempo, quem sabe? não teria morrido logo e estaria celebre. Mas o emplasto não veiu. Veiu o desejo de agitar-me em alguma cousa, com alguma cousa e por alguma cousa. Tout notre mal vient de ne pouvoir être seuls. Esta maxima de la Bruyère sempre me pareceu um grande disparate. Não ha duvida que a sociabilidade é a primeira virtude dos homens, a segunda é a curiosidade, a terceira é a pontualidade dos pagamentos, a quarta o valor militar, e assim por diante.