CAPIULO CXXIV
Que ha entre a vida e a morte? Uma curta ponte. Não obstante, se eu não compuzesse este capitulo, padeceria o leitor um forte abalo, assaz damnoso ao effeito do livro. Saltar de um retrato a um epitaphio, póde ser real e commum; o leitor, entretanto, não se refugia no livro, senão para escapar á vida. Não digo que este pensamento seja meu; digo que ha nelle uma dose de verdade, e que, ao menos, a fórma é pittoresca. E repito: não é meu.
Vá de intermedio, e contemos a este proposito uma anecdota. Foi no tempo da minha vida parlamentar; eramos cinco; falavamos de cousas e lousas, e aconteceu tocar nos negocios do Rio da Prata. Então, disse um: — O governo não deve esquecer que o dinheiro é o nervo da guerra. Ao que eu redargui que não, que o nervo da guerra eram os bons soldados.