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XXXIV

LEVANTA-SE O CERCO. — ROSSETTI

Comtudo a situação do exercito republicano peiorava de dia para dia; as suas necessidades augmentavam e os seus recursos diminuiam. Os dois combates de Taquari e S. José do Norte tinham dizimado a infanteria que apezar de ser pouco numerosa era um poderoso recurso para as operações de cerco. As grandes necessidades animavam as deserções, as populações como succede n’estas guerras mui prolongadas cançavam, e foram atacadas de uma suprema indifferença, começando nós então a conhecer que estava proximo o momento de tudo se acabar.

N’este estado de cousas os imperiaes fizeram propostas que, ainda que vantajosas para os republicanos foram por estes recusadas. Esta recusa augmentou o descontentamento dos mais desgraçados, e por conseguinte da parte mais fatigada do exercito e do povo, sendo decidido que o cerco seria abandonado e que todos se retirariam.

A divisão Canavarro de que faziam parte os marinheiros foi designada para começar o movimento e abrir as passagens da serra, occupadas pelo general Labattue, francez ao serviço do imperador. Bento Gonçalves com o resto do exercito formaria a retaguarda.

A guarnição republicana de Settembrina devia seguir-nos, mas não pôde executar este movimento, porque surprehendida pelo famoso Morinque a cidade foi tomada.

Foi ahi que morreu o meu caro Rossetti.

Tendo caido do cavallo, depois de ter praticado prodigios de valor, ferido perigosamente, e intimado para se render, preferiu antes que o matassem do que entregar a sua espada.

Ainda uma outra ferida para o meu co