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clarou-se- protector da maçonaria, e permittiu que o principe real, seu filho acceitasse o titulo de veneravel honorario da loja de Guilherme Frederico de Amsterdam.

Depois da volta dos Bourbons á França o marechal Bournonville pediu a Luiz XVIII para collocar a maçonaria debaixo da protecção d’uma pessoa da familia real; mas como Luiz XVIII era dotado de excellente memoria, e não havia esquecido a parte que ella tinha tomado na catastrophe de 1793 recusou, dizendo que nunca consentiria que membro algum da familia real, formasse parte de qualquer sociedade secreta fosse ella qual fosse.

Na Italia a maçonaria cahiu com o dominio francez, mas em seu logar vieram os carbonarios, que mostravam querer continuar o seu pensamento libertador.

Duas outras seitas appareceram ao mesmo tempo.

Uma que se chamava a Congregação catholica apostolica romana, e a outra a Consistorial.

Os socios da Congregação tinham, como signal de reconhecimento, um cordelinho de seda amarella com cinco nós. Os pertencentes aos gráos inferiores não fallavam senão de actos de piedade e benificencia. Dos segredos da seita, conhecidos unicamente pelos altos dignatarios, só se podia fallar quando se achavam presentes dois associados; se por acaso um terceiro chegava, a conversação cessava immediatamente. A palavra de passe dos confrades era éleutheria, isto é, liberdade, a palavra secreta era ode, isto é, independencia.

Esta seita creada em França, entre os neo-catholicos, e a que pertenceram muitos dos nossos melhores e mais constantes republicanos, tinha atravessado os Alpes, chegado ao Piemonte e de lá á Lombardia. Mas aqui foram infelizes, pois obtiveram poucos adeptos, não tardando muito a extinguir-se, tendo os agentes de policia alcançado em Genova os diplomas que se entregavam aos