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As prisões abrindo-se deram um ministerio á Hespanha.

Fernando I de Napoles na sua qualidade de principe de Hespanha, devia, ficando rei absoluto, jurar obediencia á constituição hespanhola. Teve então logar uma grande rebellião na Calabria, em Capitanata e em Palermo. O governo napolitano fraco, indeciso e desconfiado decretou algumas refórmas insufficientes que não impediram o general Pepe de fazer uma revolução. Napoles teve então como 1798, um governo provisorio e uma camara de deputados.

Foi algum tempo depois que por sua vez rebentou a revolução piemonteza. Na manhã de 10 de março o capitão conde Palma dando o grito de «o rei e a constituição hespanhola» fez pegar em armas ao regimento de Genova.

No dia seguinte um governo provisorio estava estabelecido, e em nome do reino de Italia declarava a guerra á Austria.

D’este modo a revolução partindo d’Ancona tinha chegado a Napoles voltando a Turim. Tres volcões se tinham aberto na Italia sem contar a Hespanha; agitando-se a Lombardia n’um triangulo de fogo.

O rei Victor Manuel havia promettido, como já dissemos, á santa alliança não fazer ao seu povo nenhuma concessão.

No dia seguinte para ficar fiel á sua palavra, o rei Victor Manuel abdicou em favor de seu irmão Carlos Felix que se achava então em Modena, e nomeou regente o principe de Carignan, que foi depois o rei Carlos Alberto.

Para todos os patriotas esta abdicação de um rei dedicado aos italianos em um principe dominado pela côrte de Austria era uma grande desgraça.

Santa Rosa um dos primeiros promotores da rebellião diz:

«A noute de 13 de março de 1821 foi bem fatal para minha patria. Foi n’essa noute que perdemos