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eu tinha seguido, de sorte que duas horas depois tinham-me encontrado.

Tornámos de novo a pôr-nos a caminho, e descemos a Gravedona, sobre o lago de Como.

Chegado ali, depois de uma paragem de meio dia, puz-me em marcha para reunir-me aos dois generaes com quem devia encontrar-me, e que durante a minha passagem deviam haver feito o levantamento.

Mas elles em vez de bater os austriacos haviam sido batidos, e eu ia dar de face com a divisão Wohlgemmuth que occupava já o valle de Intelvi, e com alguns barcos a vapor cheios de austriacos.

Tomei então por um atalho, e entrei no valle Menaggio, e occupei na sua extremidade Porteyzo, sobre o lago de Lugano, reservando-me para a retirada o valle Cavarnia, que tocava na fronteira suissa.

A posição era magnifica; estava em communicação com Lugano, d’onde podia receber gente e munições: mas ninguem veiu juntar-se-me, e fiquei ahi oito dias inutilmente.

No fim d’este tempo, os austriacos concentraram suas forças e marcharam sobre Portecco. Retirei-me ao valle de Cavarnia, que separa a Lombardia da Suissa. Contava, se me atacassem fazer tanto como em São-Maffeo.

Mas houve apenas alguns tiros de espingarda.

Dois dos meus homens morreram de suas feridas.

Nada havia a fazer; todas as passagens eram cobertas de neve; o inverno tornava-se cada vez mais rigoroso; entrei na Suissa; escondi as espingardas e em seguida eu mesmo me escondi.

Por desgraça, eu era mais difficil de esconder que uma espingarda; e como estava tão compromettido, tratava-se em relação a mim, não de um simples internamento, mas da prisão; muito feliz seria, se agarrado pelas authoridades suissas não me entregassem aos austriacos.