Página:Memórias de José Garibaldi (1907).pdf/271

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ainda, destruindo a frente das columnas Marulaz e Bouat, forçoso lhe foi pois retirarem-se e procurarem um abrigo nas curvas que o terreno fazia.

Garibaldi seguia todos estes movimentos dos jardins da villa Pamphili. Entendeu que tinha chegado a sua vez e mandou varios destacamentos através as vinhas, esta manobra porém foi descoberta, e do 20.º de linha mandaram um reforço para impedir que os caçadores de Vincennes fossem surprehendidos e para protegêl-os.

Garibaldi então mandou dizer que se lhe enviassem um reforço de mil homens responsabilisava-se pelo exito d’aquelle combate.

Enviou-se-lhe logo o batalhão do coronel Galleti e o primeiro batalhão da legião romana commandado pelo coronel Morelli. Dispoz varias companhias para defenderem as passagens ameaçadas, outras foram encarregadas de proteger os flancos e a retaguarda da sahida, e á frente dos homens que lhe restavam Garibaldi lançou-se sobre os francezes.

Por fatalidade os nossos tomaram os homens de Garibaldi por francezes e do alto das muralhas fizeram fogo sobre elles. Garibaldi parou até que se conhecesse o engano, e então á bayoneta lançou-se a descoberto sobre o centro do exercito francez.

Empenhou-se então um combate terrivel, entre os tigres de Montevideo como lhes chamavam e os leões de Africa. Francezes e romanos luctavam corpo a corpo, matavam-se á bayoneta, cahiam, mas tornavam a levantar-se para começar de novo.

Garibaldi achava emfim inimigos dignos d’elle.

Ali morreram dos nossos o capitão Montaldi, os tenentes Rigli e Zamboni, foram feridos o major Marochetti, o cirurgião Schienda, o official Gliglioni, o capellão Ugo Bassi que desarmado affrontava os ferimentos e a morte, para soccorrer os feridos e consolar os moribundos; coração piedoso, alma misericordiosa, de que os sacerdotes fizeram um martyr; finalmente os tenentes d’All’Oro, Tressoldi,