Página:Memórias de José Garibaldi (1907).pdf/274

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cabeça baixa, bayoneta cruzada, retomou a seu turno a offensiva, e com um fogo irresistivel, destruindo todos os obstaculos, envolveu na casa de que elle havia feito uma fortaleza, o chefe do batalhão, Picard, que atacado de todos os lados pelos nossos, e de face por Nino Bixio, que luctou corpo a corpo com elle, foi forçado a render-se com os seus trezentos homens.

Esta lucta agigantada decidiu a refrega, e mudou completamente a face ás cousas. Já não era questão saber se Oudinot entraria em Roma, mas sim se poderia volver para Civita-Vecchia.

Garibaldi, com effeito, senhor da villa Pamphili e da posição dos aqueductos, dominava a via Aureliana, e por um movimento rapido podia preceder os francezes em Castel-di-Guido e fechar-lhes a estrada.

O resultado d’este movimento era certo; a ala esquerda dos francezes, esmagada nos jardins do Vaticano e abrigada, como o dissemos, nas casinhas dispersas, não podia bater em retirada sem se expôr ao fogo exterminador da artilheria e da fusilaria dos muros.

A ala direita, batida e dispersada por Garibaldi, achava-se n’esse momento de desanimação fatal que se segue a uma derrota inesperada, e podia apenas oppôr uma fraca resistencia. Alem d’isto, os francezes estavam extenuados por um combate de dez horas, e sem cavallaria alguma que protegesse a sua retirada.

Nós tinhamos dois regimentos de linha em reserva, dois regimentos de dragões a cavallo, dois esquadrões de carabineiros, o batalhão dos lombardos, commandado por Manara, preso, é verdade pela palavra de Manucci, e por detraz d’elles um povo inteiro.

Garibaldi tinha previsto a situação porque do campo de batalha, escrevia ao ministro da guerra Avezzana:

“Enviae-me tropas frescas, e da mesma fórma que eu vos havia promettido de bater os francezes, palavra