Página:Memórias de José Garibaldi (1907).pdf/300

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do da republica franceza para sustentar os mais sagrados direitos dos povos. Esta convicção me leva a fazer-vos propostas que espero acceiteis. Está assignado um tratado entre o governo e o ministro plenipotenciario de França, tratado que não recebeu a vossa approvação.

“Não entro nos mysterios da politica, mas dirijo-me a vós na qualidade de general em chefe do exercito romano. Os austriacos estão em marcha; tentam concentrar suas forças em Foligno; d’ali apoiando a sua ala direita no territorio toscano, tem o designio de avançar pelo valle do Tibre e de operar pelos Abbruzos, a sua juncção com os napolitanos. Não creio que possaes ver com indifferença realisar-se tal plano.

“Julgo dever communicar-vos as minhas supposições ácerca dos movimentos austriacos, sobre tudo no momento em que a vossa indecisa attitude favorecia nossas forças e póde dar um successo ao inimigo. Estas razões parecem-me poderosissimas para que vos peça um illimitado armisticio e a notificação das hostilidades quinze dias antes de as recomeçar.

“General, julgo este armisticio necessario para salvar a minha patria, e peço-o em nome da honra do exercito e da republica franceza.

“No caso em que os austriacos apresentassem as suas cabeças de columna em Civita-Vecchia, é sobre o exercito francez que, perante a historia, recahiria esta responsabilidade de nos ter forçado a dividir as nossas forças n’um momento em que ellas nos são tão preciosas, e de ter, obrando assim, assegurado o progresso aos inimigos da França.

“Tenho a honra de vos pedir, general, uma prompta resposta, rogando-vos de receber a saudação fraternal.