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ir encontrar onde e quando quizesse, e corri a galope para a porta de São-Pancracio.

Achei tudo em fogo. Eis o que tinha acontecido:

Os nossos postos avançados da villa Pamphili consistiam em duas companhias de bersaglieri boloneses e duzentos homens do 6.º regimento.

No momento em que soava meia noite e em que por conseguinte, se entrava no dia 3 de junho, uma columna franceza se deslisou no meio da obscuridade, para a villa Pamphili.

— Quem vive? gritou a sentinella, advertida pelo ruido dos passos.

— Viva a Italia, respondeu uma voz.

A sentinella julgou estar com compatriotas, deixou-os aproximar e foi desarmada.

A columna lançou-se na villa Pamphili.

Tudo quanto encontrou foi ferido, morto ou aprisionado.

Alguns homens saltaram pelas janellas para o jardim, e do jardim precipitaram-se dos muros abaixo.

Os mais apressados retiraram-se atraz do convento São Pancracio, gritando: “Ás armas!”

Os outros correram na direcção das villas Valentini e Corsini.

Como a villa Pamphili, foram surprehendidas, e cederam, não sem haver resistido.

Os gritos dos que se haviam refugiado atraz de São-Pancracio, os tiros atirados pelos defensores da villa Corsini e da villa Valentini haviam despertado os artilheiros.

No momento em que viram a villa Corsini e Valentini occupadas pelos francezes, dirigiram seu fogo para estas duas casas de campo.

O troar do canhão acordou o tambor e os sinos.

Demos uma idéa do campo de batalha onde se vae jogar o destino d’este terrivel combate.

Da porta de São-Pancracio parte uma estrada que conduz directamente ao Vascello; esta estrada tem proximamente duzentos e cincoenta passos de extensão.