etc. tudo o mais veio a cair nas mãos do Leonardo-Pataca como herança de seu filho.
Nos primeiros dias tudo foram flores por casa de Leonardo-Pataca, ainda que, para falar a verdade, desde a primeira vista não simpatizara muito o moço Leonardo com a cara do objeto dos novos e últimos cuidados de seu pai.
A comadre assentou que devia substituir ao compadre no amor pelo afilhado, e determinou-se a vir morar com ele em casa de Leonardo-Pataca; assim ficava também reunida à sua filha, e à sua neta. O Leonardo-Pataca, que era condescendente, esteve pelo caso, e reuniu-se desse modo à família toda.
Tudo foram flores a princípio, como dissemos; o moço Leonardo e a comadre continuaram as suas visitas por casa de D. Maria; e digamo-lo já, o rapaz e a rapariga iam pondo as mangas de fora; verdade seja que José Manuel trabalhava ajudado do seu cego mestre-de-reza, e não perdia também as esperanças.
Pouco tempo durou o sossego em casa de Leonardo-Pataca; Chiquinha (tal era o nome da filha da comadre) começou a embirrar com o seu filho adotivo; este que, como dissemos, não simpatizara muito com ela, começou uma balbúrdia de todos os pecados. Todos os dias travavam-se por qualquer ponta, e lá ia tudo pelos ares. O Leonardo-Pataca e a comadre faziam o papel de conciliadores, mas os dois eram ambos altanadíssimos, e muitas vezes o conciliador saía mal servido, porque aquele a quem não dava razão se revoltava contra ele. Se era por exemplo a comadre, e dava razão a Leonardo, acudia a filha queixando-se de que sua mãe a abandonava para tomar o partido do afilhado: se pelo contrário dava razão a Chiquinha, acudia o