sem o apoio de ninguém, havia de pôr a mão no Leonardo.
Ia o Vidigal entrando na casa da guarda, para onde se dirigia, depois da derrota, quando sentiu-se repentinamente agarrado pelas pernas, e viu a seus pés uma mulher de mantilha, que chorava, soluçando muito, com o lenço no rosto.
— Que é isto, senhora? Deixe-me. Ora isto hoje é dia de má sina.
Continuaram os soluços por única resposta.
— Senhora, deixa-me ou não as pernas? Eu não gosto de carpideiras... entende?
Soluços ainda.
— Ora não está má esta... Se lhe morreu alguém, vá chorar na cama, que é lugar quente.
Redobrou o pranto.
— Valham-me trezentos diabos!... Quando é que isto terá fim?... Esta mulher acaba por atirar-me no chão...
Estava já muita gente junta na porta.
Passado finalmente um pouco de tempo em silêncio, quando já o major estava disposto a empregar alguma medida de rigor para ver-se livre da carpideira, esta ergueu a cabeça, e tirando o lenço da cara exclamou entre lágrimas:
— Sr. major, solte, solte por quem é meu afilhado, solte, solte o pobre rapaz; ele é um doido, é verdade, mas...
E os soluços lhe embargaram muito a propósito a voz.
Era a comadre que, tendo sabido da prisão do afilhado, viera fazer em seu favor aquela choradeira, ignorando que ele se tivesse evadido. A cena produziu o efeito esperado. Os granadeiros, de cada