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MINHA FORMAÇÃO

que dentro do seu imenso círculo se viam.” [1]

Nem pára aí o assombro. E a larga faixa do Tâmisa, com as pontes colossais que o atravessam e os monumentos assentados à sua margem desde Chelsea até a Ponte de Londres, principalmente o maciço dos edifícios de Westminster, a extensa linha das casas do Parlamento, a mais grandiosa sombra que construção civil projeta sobre a terra. É, por outro lado, a City, em roda do Banco de Inglaterra, com o Royal Exchange ao lado, e Lombard Street defronte, o mercado monetário, o verdadeiro comptoir do mundo. Aqui, nas ruas calçadas a madeira, para ainda mais amortecer o ruído, causa uma impressão singular a multidão que não perde um minuto, indiferente a si mesma, à qual nada distrairia o olhar nem arrancaria uma sílaba, e que transporta debaixo do braço, em suas carteiras, massas de capital que seriam precisos wagons para carregar em dinheiro, os cheques que vão para a Clearing-House, os bilhões esterlinos, que por ela passam, transferidos de banco a banco, importados, reexportados , pelo telégrafo para os confins do mundo donde vieram. O transeunte pára no meio de todo esse luxo e refluxo do ouro, sentindo não ouvir o tinido das libras; as oscilações contínuas, subterrâneas, dessas correntes contrárias de metal ele só conhecerá