definitivo em que tudo devia ser tomado...E em relação aos personagens que conhecera, com quem vivera! Porque não fiz passar diante dele, sem cansá-lo nem forçá-lo, a galeria dos seus contemporâneos para apanhar o vestígio que lhe ficara de cada um?... No entanto, quanto não conversei com ele! Anos inteiros meu maior prazer eram as horas que ele nos dava cada dia em que me embebia em ouvi-lo e, ainda mais, em vê-lo... Hoje sinto não ter tido a ambição de não ser senão o aparelho que recebesse para conservar o mais que fosse possível dele, e cuja presença continua ao seu lado lhe fosse recolhendo as reminiscências, os pontos de vista, as imagens representativas, em cinqüenta anos de atividade cerebral traçaram em seu pensamento.
Feito este ato de contrição pelo que deixei de aproveitar dele para minha própria formação e pelo que deixei perder ao seu espólio intelectual, a verdade é que nenhuma sanção moral foi por muito tempo tão forte para mim como a consciência da relação que me prendia a ele e que em todo o tempo estive sempre pronto a renunciar a uma palavra dele – que a não disse –, a minha inspiração pela sua, o papel que eu ambicionasse pelo que ele me desse. Como eu disse, só muito mais tarde, vinte anos depois de o ter visto pela última vez, pude avaliar o que chamo hoje o seu gênio político