talento renunciou mais tarde de repente a toda a ambição...
Não quero fazer a galeria da abolição, mas, como dei, vencido pela saudade, dois ou três perfis, tão imperfeitos, de amigos, pagarei também o meu tributo a José do Patrocínio... Este é o representante do espírito revolucionário que com o espírito liberal e o espírito de governo fez a abolição, mas que foi mais forte do que eles, e acabou por os absorver e dominar... Sem o espírito governamental de homens como Dantas, Antônio Prado e João Alfredo, não se teria chegado pacificamente ao fim, nem tão cedo; sem o espírito humanitário, extreme de ódios e tendências políticas, a abolição teria degenerado, em uma guerra de raças ou em um encontro de facções; sem o trabalho vário, inapreciável, de cada um dos grandes fatores provinciais, que conservarão sua autonomia na História, como o do Ceará, com João Cordeiro, o de S. Paulo com Antônio Bento, o de Pernambuco com João Ramos, tomando esses nomes como coletivos, o resultado teria sido diferente e talvez funesto. O que Patrocínio, porém, representa é o fatum, é o irresistível do movimento... Ele é uma mistura de Spartaco e de Camille Desmoulins... Os que lutavam somente contra a escravidão eram como os liberais de 1789, da raça dos cegos de boa vontade, senão voluntários, que as revoluções empregam para