batendo o ministro do Império, e essa eleição soou como o dobre da resistência escravista. Nos poucos dias que restavam da sessão parlamentar de 1887, vim ao Rio de Janeiro tomar assento na Câmara, mas o objeto principal da minha vinda ao Rio era conseguir, e consegui, o pronunciamento moral do Exército contra a escravidão, a dissociação absoluta entre a força pública e as funções dos antigos capitães de mato. Para ocupar as férias parlamentares hesitei entre essa ida a Roma e uma viagem aos Estados Unidos, onde o acolhimento que eu teria por intermédio dos antigos abolicionistas podia dar grande repercussão à nossa causa em todo o continente americano. Preferindo ir a Roma, fui levado sobretudo pela idéia de que uma manifestação do santo padre tocaria o sentimento religioso da regente.
Era-me, decerto, permitido recorrer ao papa, como a qualquer outro oráculo moral que pudesse inspirar a princesa, falar-lhe ao ideal e ao dever. Durante dez anos não visei a outra coisa senão a capitar o interesse da dinastia, e a acordar o sentimento do país. A opinião pública do mundo parecia-me uma arma legítima de usar em uma questão que era da humanidade toda e não somente nossa. Para adquirir aquela arma fui a Lisboa, a Madri, a Paris, a Londres, a Milão, ia agora a Roma, e se a escravidão tivesse tardado ainda a desaparecer, teria