Nenhuma influência singular atuou sobre mim mais do que a de meu mestre, o velho barão de Tautphoeus. Com sua imaginação toda tomada pela história, ele costumava nos anos de meu ardente liberalismo chamar-me Alcibíades. Certamente ele realizava para mim o tipo de Sócrates. Se não trazia a máscara de Sileno emprestada ao grande ateniense, mesmo fisicamente, sobretudo para a velhice, ele tinha muitos dos traços socráticos: a coragem fria, a calma imperturbável, a resistência à fadiga, o gosto da palestra, da conversação intelectual, da companhia dos moços, a completa abstração de si, a modéstia, a alegria de viver como espectador do universo, cedendo sempre todavia aos outros o melhor lugar, o forte espiritualismo, a indiferença pelo ridículo, o respeito da ordem social, quem quer que a encarnasse. Sua mocidade é um tanto legendária
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