Casimir Périer, Waddington, e todo o Centro-Esquerdo.
“Soa como um paradoxo, escreveu, com admirável lucidez, um dos hábeis redatores da Quaterly Review em 1890, mas não é por isso menos exato, que a principal barreira diante de uma restauração monárquica em França é o crescente conservatismo que foi sempre inerente ao caráter francês no meio de todas as ebulições do sentimento excitado. O povo sabe que uma mudança na forma de governo só poderia ser realizada por meio de uma revolução ou como resultado de uma guerra, e recua diante da perspectiva de uma e outra eventualidade, preferindo aceitar o presente estado de coisas, ainda que este não lhe desperte entusiasmo.”
Esse espírito conservador da França, inimigo das mudanças bruscas, mesmo para melhorar, é bem caracterizado por esta anedota, como a contou há anos um correspondente do Times. Durante as barricadas de junho, quando se ouvia o canhão nas ruas de Paris, mandaram uma companhia guardar o Ministério de Estrangeiros. O oficial que comandava, de espada desembainhada, entrou na Secretaria, mas parou à porta de uma das salas, vendo que os empregados continuavam tranqüilamente em suas mesas de trabalho, como se nada estivesse acontecendo. Vendo-o, o diretor levanta-se com