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numa dança macabra, satânica, num delirium tremens de sensações.

Ninfomaníacos mentais, como que sob a impressão de um sono de morfina ou de ópio, numa alucinação ou fascinação de hipnotizados, a alma deles flutua, desce sombriamente lá abaixo, ao antro negro da Terra, ou sobe lá acima, à infinita mudez do céu, como que em busca, sinistros e luminosos, revoltados Moisés de uma Bíblia nova, em busca de saber qual a doença que dá a morte...

Sentem-se-lhes isso na tortura da prosa, no funambulesco cabriolar do estilo, na acre violência das palavras, abertas umas em chagas e escorrendo sangue, outras brancas como Noivas amadas derramando lágrimas astrais...

E, dentre esse exalar de vida espiritual dolorosa, rompem coros de catedrais entoados por veladas, místicas vozes freiráticas;