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sentindo que um aluvião de almas crentes o adora de joelhos.

A mão fina, ideal, calçada em luva clara, de formosa mulher que por entre a multidão aparece e desaparece, como uma estrela por entre nuvens, bem vezes, também, me alvoroça e agita o sangue.

E sigo, radiante, triunfal, rei, essa nobre mão enluvada, à qual eu em vão pediria o ouro, a riqueza afetuosa de um gesto carinhoso - a essa delicada mão avara e milionária que,para mais avara tornar-se ainda, se fora esconder na maciez elegante da luva fresca, vivendo dentro dela afagada, confortada, palpitando talvez por encontrar a mão feliz que vibrará de amor ao seu contato.

Então, assim, a emoção que desperta todos os meus sentidos, no curioso giro que faço com o pensamento acompanhando a feminina mão fidalga, não é uma emoção de indiferença,