— Mas o remedio, Mr. Slang? perguntei.
— Difficilimo, respondeu elle. Remedios para tudo neste paiz só vejo os indirectos.
Admirei-me da resposta. O remedio contra a má estrada sempre me pareceu a bôa estrada.
— Como, Mr. Slang? O remedio contra a má estrada ou a ausencia dellas é directissimo, é estrada!...
— Parece... respondeu o inglez. Si assim fosse, o problema seria dos mais simples e já estaria resolvido. O remedio é, como eu disse, indirecto. Para ter a rede de estradas que a sua economia está pedindo, só possue o Brasil um meio: importar cerebro.
Decididamente Mr. Slang extravagava.
— Importar cerebro?!... repeti, franzindo a testa. Não entendo...
— Sim. As nossas más estradas decorrem do máo cerebro que ha por aqui. Para tel-as boas está claro que antes de mais nada havemos de importar bom cerebro. Que cerebro temos aqui? O luso, o africo, o amerindio. São os brasileiros uma fusão de tres cerebros anti-estradeiros. As estradas de Portugal e suas colonias são deficientes ou