— Perdão, Mr. Slang. Um espirito justo como o seu não deve insistir em fazer máo juizo da nossa marinha, disse-lhe com patriotica severidade.
— Não faço máo juizo, meu caro. Considero-a apenas como um luxo em excesso caro para um paiz que vive á custa alheia.
A offensa fez-me vir o sangue ás faces.
— Mr. Slang!... exclamei em tom de censura.
— Sim! retrucou elle, irritado. O Brasil vive de emprestimos, cujos juros não paga. Sou um dos seus credores. Tenho titulos dos quaes não recebo juros. Posso falar. Vive de emprestimos, a hypothecar quanto possue e não me parece honesto que gaste um dinheiro que não é seu em exhibições de povo rico.
Mr. Slang estava inteiramente fóra da sua calma habitual. Que sensivel é o bolso dos homens!
— Perdão, Mr. Slang! Somos um povo soberano...
— Cada vez menos, atalhou elle.
— Como? exclamei, a soffrear a minha indignação. Mr. Slang insulta-nos!...
— Cada vez menos, repito. Quanto mais um devedor se enterra em dividas, me-