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Página:Mulheres e creanças.djvu/131

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MULHERES E CREANÇAS
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d’essa nova vida, em que ella vae penetrar já consciente do que é e do que vale.

Que doçura mystica tinham as palavras d’aquelle padre!

Eram ternas, unctuosas, de uma graça desconhecida!

Até alli para ella a religião fôra um não sei quê de vago, triste e indefinivel, mais para assombro e terror do que para delicioso extasi...

O Christo macilento e ensanguentado, com a fronte coroada de espinhos, e o corpo cravejado de prégos, dera-lhe a idéa de uma angustia desoladora e desesperada, que ás vezes enchera de lagrimas a sua pequenina alma de dez annos.

Porque seria que, á voz do moço confessor, o Martyr do Calvario como que se tinha transfigurado aos olhos d’ella?

O padre pintara-o bello, radiante de mocidade, prodigo de ineffaveis esperanças, chamando a si as almas virginaes, e promettendo-lhe a eternidade no amor, a radiosa alegria das nupcias celestiaes.

Era uma nova musica, a que elle fizera vibrar aos ouvidos da gentil neophyta, que sentia, sem saber como, inundal-a uma alegria anciosa, um pungitivo arrebatamento, inteiramente desconhecido ao seu passado!