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Página:Mulheres e creanças.djvu/51

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MULHERES E CREANÇAS
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que volitar em torno d’elle viva e chalreadora como um pardal, fresca como uma flôr, animada, activa, cheia de invenções felizes, e de sincera e desaffectada alegria!

E depois, eliminado o luxo exagerado da existencia de qualquer familia, eliminam-se ao mesmo tempo os cuidados mais lancinantes, as preoccupações mais absorventes, as luctas mais dolorosas, os despeitos mais corruptores.

Temos visto varias vezes o seguinte: O homem trabalha para dar o bem-estar á mulher, e rouba para lhe dar o luxo!

É que — note-se isso bem — o luxo quando não é a atmosphera natural em que se nasceu e se tem sempre vivido, uma cousa que á força de estar identificada comnosco, nós já nem se quer percebemos — o luxo quando é o fim a que aspira a nossa desenfreada ambição, torna-se um elemento profundamente desmoralisador.

Enerva o corpo, excita fatalmente a imaginação, aggrava a insaciabilidade natural aos desejos da mulher, dá-lhe a idéa de requintes romanescos, de aventuras, de amores vedados, attrahe um cortejo de voluptuosas tentações.

A vida das salas é a consequencia inevitavel do amor do luxo que devora a mulher de hoje.