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MULHERES E CREANÇAS
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idéa definida e clara da missão que aceitam os eleva a seus proprios olhos.

Pelo seu lado a noiva, a creança radiosa que enfeitam todas as galas e todas as flôres dos vinte annos, gaba-se em confidencia ás amigas intimas, de que já não tem illusões e que conhece a vida, a vida de que ella não leu ainda sequer a primeira pagina!

Casa porque a familia quer, casa porque encontrou aquelle rapaz em dous bailes, porque o achou interessante, sympathico, muito amavel, porque emfim é um bom partido, segundo diz o papá!

Outras vezes casa porque gosta d’elle, mas gosta d’elle instinctivamente, animalmente, sem o conhecer, sem saber se essa mão que aperta nas suas mãos virginaes, será sempre em todas as crises, em todas as occasiões da vida, a mão de um homem honrado.

No dia em que se acham ligados indissoluvelmente o seu primeiro sentimento é um sentimento de surpreza, quasi de susto.

Dizem então os frivolos e os superficiaes: o melhor tempo é o da lua de mel.

Engano! Esses dias são os dias da vertigem, mas não são os dias da felicidade.

Cada defeito que os dous mutuamente se descobrem, é como uma semente envenenada que ha de germinar mais tarde.