primeiras horas da convivencia, nos risonhos dias do noivado.
Ella sahiu do aconchego tepido da familia, das doçuras do lar paterno, dos braços amoraveis da mãe; vem acostumada a quererem-lhe muito, a ser muito estimada e amada. Em casa conheciam-lhe os gostos, as inclinações, os habitos e os defeitos, porque a par das boas qualidades ha sempre no coração humano um recanto onde se abrigam as deficiencias de caracter e de genio.
Aquillo que os paes, as mães e as pessoas que de mais perto conviviam com ella lhe perdoavam, é desculpado tacitamente por elle no extasi e na delicia ineffavel do noivado; porém, mais tarde tudo isso servirá de base a accusações asperas, e a censuras amargas.
Ella, pelo seu lado, retrahir-se-ha, offendida e triste ante as imperfeições que outr’ora desculpava, e para as quaes hoje é intolerante e severa.
Por isso, a mãe, quando dá o ultimo abraço á filha que parte para os braços do noivo expede dilacerantes soluços de afflicção, e lamenta-se desesperadamente.
— É um estranho, pensa a mãe, pouco viveu com ella; mal a conhece, viu-a apenas nos saráus, á luz viva do gaz, cercada de adorações, risonha, feliz, espirituosa