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MULHERES E CREANÇAS

se deve attender antes de tudo ás exterioridades brilhantes, que farão d’ella a favorita dos salões mundanos, a elegante e afamada cultora de todas as delicadas frivolidades sociaes.

Desde a burgueza, que, apenas sahe dos desfiladeiros sombrios da miseria, já cuida tão sómente em hombrear com as duquezas que inveja de longe, até á mais aristocratica descendente das antigas paladinas, todas teem as mesmas noções falsissimas ácerca da educação que suas filhas devem receber.

Não estudam os diversos espiritos que se propoem a adornar com as mesmas galas sediças; para ellas uma educação de senhora não varia.

Segue sempre a mesma norma absurdamente anachronica.

Os filhos são reclamados pela escola, pelo lyceu, pelo instituto, e teem de sujeitar-se ás regras acanhadas e incompletas da educação official; as filhas, debaixo da direcção mediata ou immediata das mães, começam no lar domestico a sua aprendizagem, que é como que a opposição systematica a todos os instinctos poderosos de que a natureza as dotou.

Turbulentas, como é natural que sejam as creanças, aprendem a suffocar a espontanea e salutar actividade dos seus pequenos membros. A primeira obrigação que reconhecem é a de não fazerem bulha.