traziam mil objectos preciosos, variadissimas manifestações da arte e da industria dos vencidos, curiosos utensilios e ricos ornamentos em marmore, bronze, prata e oiro, obra de diversos povos, e differentes seculos. Pois os romanos applaudiam e apreciavam essas preciosidades, que vinham enriquecer a sua capital, constituindo-a um verdadeiro museu archeologico, apreciavam-n'as, repito, sómente como despojos arrebatados aos vencidos pelas suas aguias triumphantes, como tropheus de victorias, que glorificavam o seu nome, e estendiam o seu poderio.
Nem os vasos sagrados do templo de Jerusalem, preciosos pela materia e ricos de tradições antiquissimas; nem os obeliscos do Egypto, padrões de tão remotas eras; nem as famosas estatuas da Grecia, sublimes creacões do genio humano em uma das quadras mais notaveis da historia geral da civilisacão; nem estes, nem outros objectos archeologicos e primores d'arte, que eram transportados a Roma a todo o momento, nos tempos da sua grandeza, faziam meditar os romanos sobre as extinctas civilisações, que muitos d'esses objectos recordavam, com o intuito de devassarem os mysterios da vida d'essas nações, sumidas nos abysmos do passado.
Pausanias, geographo e historiador grego que, nas suas longas viagens, visitou a maior parte do mundo então conhecido, vindo depois estabelecer a sua residencia em Roma, no anno 170 do nascimento de Christo, escreveu a Descripção da Grecia, na qual trata com minuciosidade de todos os seus monumentos. Porém limita-se a descrevel-os como historiographo, sem os estudar e apreciar como archeologo.
Baqueou o imperio romano ao duro embate dos barbaros do norte; e o mesmo tufão, que o varreu da face da terra, apagou aquelle facho resplandecente, que irradiava