No azul dos olhos entrevi-te lagrimas,
Da fronte na descôr sonhei-te dores,
E nos palpites de teu collo d'anjo
Sentir — como das flores...
Oh! descesses do céo que eu fora vate
Como nem Dante nem Camões sonharam!
Soberba a fronte sobranceira erguida
Glorias e nobres louros me ensombraram!
Dos seraphins nem os amores puros
Esse igualão que n'alma eu accendi
E amor — sonhos — a vida — a eternidade
Tudo! tudo! por ti!
Oh! desce lá do céo e hei de amar-te,
Ser teu como nem sonha-se na vida!
Com alma e vida inteira e de joelhos
Com a mente de amor endoudecida!
E se é mister que eu morra, diz-m'ó anjo!
E quebro a vida que por ti vivi!
Se é preciso penar venha a tortura
O inferno — só por ti!
E eu sonhei tanto amor e tanta gloria!
Beijos 'de puros talismans tão cheios,
Tantos laureis de menestrel sublime
E a vida exhausta n'um scismar enleios!
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Página:O Conde Lopo.pdf/113
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