De simples cruz que te dissesse o dia
Em que a morte levou esse que hi dorme,
Coberta do hervaçal tosco lagedo ?
III
Repousa aqui muita illusão desfeita,
Muita áurea nuvem arrarada em chuva
E muita flor pulverisada em cinza.
Como outros d'homens são — de sonhos d'alma
De lembranças da vida, é este um túmulo.
IV
E como a lage que a indiscretas vistas
Guarda o segredo seu em tréva espessa,
Que não ha vel-o — Como as pedras negras
Onde calou seu erguedor um nome
P'ra que o mysterio seu não venhão lel-o
Na pagina de pedra do sepulcro,
Quando na solidão das horas mortas
Virem-n'o erguer-se desse chão hervoso
Com olhos cegos do inundar das lagrimas;
Assim meu livro deixal-o-hei sem firma.
Leião-n'o embora curiosas vistas
Que estudão o sofirer com almas frias !
Vejão a autópsia d'agonia funda
Que o peito me lavrou. — Emquanto ao nome
Do padecente, para que sabel-o ?
Página:O Conde Lopo.pdf/42
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