III
E n'uma cruz pesada, áspera e dura
Um corpo frio e pallido!
Sangue negro em suor corre-lhe os membros,
Prantos o rosto esquálido —
E os longos negros crespos — que a poeira
Das ruas polvilhára
D'espinhos com irônico diadema
A turba coroara!
IV
Junto ao madeiro — e arrozada em prantos
No véo d'ouro das trancas envolvida —
Pallida a roza que lhe ornava as faces,
Desmaiado o azul do olhar sem vida
Que ardente pranto cega —
Lá está Magdalena — a flor impura
Que o sopro do Senhor tornara santa!
E essa outra de joelhos, quem é ella
Que o rosto occulta sob a negra manta
E o chão de pranto rega?
Silencio! a mãi de Deus é quem lá chora!
Olhos cançados do prantear alçando,
Anciosa por ouvir a voz suave
Que em suspiros se corta — ainda orando
Pelo povo infiel!
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