E o chão lastra-se de flores
Dos beijos entre os ardores
Sorver do vinho os fervores
Do crystal a transbordar!
« E eu amo ter nos meus braços
Em voluptuosos abraços
Uma languida mulher !
Beber-lhe os trêmulos beijos,
Vel-a mórbida em ancejos,
Quasi morta de desejos,
O collo arfar-lhe e tremer.
Amo em vertigens da mente
Sentir a mágoa dormente
No imo d'alma arrefecer...
Eu amo a louca alegria
Danças, cantos e folia,
E num beijo que inebria
Vinho e amor — de amor morrer! »
III
Com a taça na mão e a fronte alçada
D'enthusiasmo febril, co'as faces vivas
De bacchico rubor cantou um jovem
Essa canção de orgia. — Era formoso
C'os olhos negros scintillando ardentes
D'entre as pallidas palpebras; nos lábios,
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Aspeto