Quando a mesa é deserta e humida tinge-se
A toalha do festim de nodoas rubras
Dos copos derramados — quando os lustres
Á luz da madrugada oscillam pallidos;
Então cançado adormecer se pôde,
Meu doente coração. — Quedou-se um pouco
Aqui no fundo d'anna a dôr infinda
E esse ardor, que em suspiros me queimava
Os beiços meus, arrefeceu-me n'alma
Que o vinho embrutecêra... E após gelou-se
Gelou-se! e hoje ao despertar do somno,
Inanime e cançado — as faces pallidas —
E sem um sonho já nas noites d'alma,
Sem já uma esperança perfumada,
Qual um morto me achei!
« Não mais minh'alma!
Discerremos á vida esse meu peito
Qual flor á viração — talvez que ainda
Alguma briza fresca perpassando
Co'as faces cândidas me roce a fronte
E alguma perla que o roscio nella
Deixasse acaso — aqui me chova n'alma!
« Ainda uma vez! abre-te minh'alma,
Como a silvestre flor do escuro brejo.
Quanta estrella no céo! á fresca noite
Pratêa-se a coroa; o campo é verde;
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