É um lugar recolhido, coberto de árvores antigas. Chamam-lhe a Alameda Velha. Ali, caminhando devagar, falando baixo, o cônego consultava o coadjutor sobre a carta de Amaro Vieira, e sobre uma idéia que ela lhe dera, que lhe parecia de mestre! De mestre! Amaro pedia-lhe com urgência que lhe arranjasse uma casa de aluguel, barata, bem situada, e se fosse possível mobilada ; falava sobretudo de quartos numa casa de hóspedes respeitável. "Bem vê o meu caro padre-mestre, dizia Amaro, que era isto o que verdadeiramente me convinha; eu não quero luxos, está claro: um quarto e uma saleta seria o bastante. O que é necessário é que a casa seja respeitável, sossegada, central, que a patroa tenha bom gênio e que não peça mundos e fundos; deixo tudo isto à sua prudência e capacidade, e creia que todos estes favores não cairão em terreno ingrato. Sobretudo que a patroa seja pessoa acomodada e de boa língua."
— Ora a minha idéia, amigo Mendes, é esta: metê-lo em casa da S. Joaneira ! resumiu o cônego com um grande contentamento. É rica idéia, hem !
— Soberba idéia, disse o coadjutor com a sua voz servil.
— Ela tem o quarto de baixo, a saleta pegada e o outro quarto que pode servir de escritório. Tem boa mobília, boas roupas...
— Ricas roupas, disse o coadjutor com respeito.
O cônego continuou:
— É um belo negócio para a S. Joaneira : dando os quartos, roupas, comida, criada, pode