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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/217

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aldeola; pois com a afluência dos devotos está uma cidade... Grandes hotéis, bulevares, belas lojas... É por assim dizer o desenvolvimento econômico, correndo parelhas com o renascimento religioso.

E deu com satisfação um puxãozinho grave ao colarinho.

— Pois eu vinha aqui falar a V. Ex.a a respeito dum comunicado na Voz do Distrito.

— Ah! interrompeu o secretário-geral, perfeitamente, li! Uma famosa verrina... Mas literariamente, como estilo e como imagens, que miséria!

— E que tenciona V. Ex.a fazer, senhor secretário-geral?

O Sr. Gouveia Ledesma apoiou-se nas costas da cadeira, perguntou pasmado:

— Eu?

Natário disse, destilando as palavras:

— A autoridade tem o dever de proteger a religião do Estado, e implicitamente os seus sacerdotes... Que tenha V. Ex.a em vista, eu não venho aqui em nome do clero...

E acrescentou com a mão sobre o peito:

— Sou apenas um pobre padre sem influência... Venho, como particular, perguntar ao senhor secretário-geral se se pode permitir que caracteres respeitáveis da Igreja diocesana sejam assim difamados...

— É certamente lamentável que um jornal...

Natário interrompeu, empertigando o busto com indignação:

— Jornal que já devia estar suspenso, senhor secretário-geral!

— Suspenso! Por quem é, senhor cura! Mas