A S. Joaneira costurava só á janela: Amélia fora ao Morenal: e João Eduardo, logo da porta:
— Sabe, D. Augusta? Estive agora com o doutor Godinho. Diz que lá para o mês que vem tenho o meu emprego...
A S. Joaneira tirou a luneta, deixou cair as mãos no regaço:
— Que me diz?...
— É verdade, é verdade...
E o escrevente esfregava as palmas, com risinhos nervosos de júbilo.
— Que pechincha! exclamou. De modo que agora, se a Ameliazinha estiver de acordo...
— Ai! João Eduardo! fez a S. Joaneira com um grande suspiro, que me tira um peso do coração... Que tenho estado... Olhe, nem tenho dormido!...
João Eduardo pressentiu que ela ia falar do Comunicado. Foi pôr o chapéu numa cadeira ao canto; e voltando à janela, com as mãos nos bolsos:
— Então por quê, por quê?
— Aquela pouca-vergonha no Distrito! Que diz você? Aquela calúnia! Ai! tenho-me feito velha!
João Eduardo escrevera o artigo sob as solicitações do ciúme, só para "enterrar" o padre Amaro; não previra o desgosto das duas senhoras; e vendo agora a S. Joaneira com duas lágrimas no branco dos olhos, sentia-se quase arrependido. Disse ambiguamente:
— Eu li, é o diabo...
Mas aproveitando o sentimento da S. Joaneira