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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/241

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Terminou bruscamente a valsa dos Dois Mundos, começou a cantar o Adeus:

Ai! adeus! acabaram-se os dias

Que ditoso vivi a teu lado!

A sua voz elevava-se, com uma modulação ardente, - dirigindo o canto, através do soalho, ao coração do pároco, embaixo.

E o pároco, com a sua bengala entre os joelhos, sentado no canapé, devorava todos os tons da voz dela - enquanto a S. Joaneira tagarelava, contando as peças de algodão que comprara para lençóis, os arranjos que ia fazer no quarto dos noivos, e as vantagens de viverem juntos...

— Uma felicidade por aí além, interrompeu o cônego erguendo-se pesadamente. E vamos lá para cima, que isto de noivos não se querem sós...

— Ah, lá nisso, disse a S. Joaneira rindo, fio-me nele, que é um homem de bem às direitas.

Amaro, ao subir a escada, tremia - e, mal entrou na sala, o rosto de Amélia, alumiado pelas luzes do piano, deu-lhe um deslumbramento, como se as vésperas do noivado a tivessem embelezado, e a separação lha tornasse mais apetitosa. Foi dar-lhe gravemente um aperto de mão, outro ao escrevente, disse baixo, sem os olhar:

— Os meus parabéns... Os meus parabéns...

Voltou as costas, e foi conversar com o cônego que se enterrara na sua poltrona, queixando-se de enfastiamento e reclamando o chá.

Amélia ficara como abstrata, correndo inconscientemente os dedos pelo teclado. Aquele modo do padre Amaro confirmava a sua idéia: queria a