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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/336

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punhos e o nariz sobre o litro, se babava silenciosamente, com o cachimbo cravado nos dentes.

— Disto é que eu gosto, dizia o tipógrafo a quem a aguardente aumentara a ternura. Harmonia! Cá o meu fraco é a harmonia! Harmonia entre a rapaziada e entre a humanidade... O que eu queria era ver uma grande mesa, e toda a humanidade sentada num banquete, e fogo preso, e chalaça, e decidirem-se as questões sociais! E o dia não vem longe em que você o há-de ver, tio Osório!... Em Lisboa as coisas vão-se preparando para isso. E o tio Osório é que há-de fornecer o vinho... Hem, que negociozinho! Diga que não sou amigo!

— Obrigado, Sr. Gustavo, obrigado...

— Isto aqui entre nós, hem? Que somos todos cavalheiros! E cá este - abraçava João Eduardo - é como se fosse irmão! Entre nós é pra vida e pra morte! E é mandar a tristeza ao diabo, rapazão! Toca a escrever o folheto... O Godinho, e o Nunes...

— O Nunes racho-o! soltou com força o escrevente, que, depois das saúdes com cana, parecia mais sombrio.

Dois soldados entraram então na taberna - e Gustavo julgou que eram horas de ir para a tipografia. Senão, não se haviam de separar todo o dia, não se haviam de separar toda a vida!... Mas o trabalho é dever, o trabalho é virtude!

Saíram, enfim, depois de mais shake-hands com o tio Osório. À porta, Gustavo jurou ainda ao escrevente uma lealdade de irmão; obrigou-o a aceitar a sua bolsa de tabaco; e desapareceu à