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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/462

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— Eu?...

E fez-se pálida, numa tristeza de toda a sua alma, pensando que ela, com os seus pecados e os seus delírios, perdera a útil amizade de Nossa Senhora das Dores. - E não poder ela também concorrer com a sua influência no Céu para restabelecer a perna de Natário, foi uma das amarguras maiores, talvez a punição mais viva que sentira desde que amava o padre Amaro.



Foi em casa do sineiro, daí a dias, que Amaro participou a Amélia o plano do padre-mestre. Preparou-a, revelando-lhe primeiro que o cônego sabia tudo...

— Sabe tudo em segredo de confissão, acrescentou para a sossegar. Além disso ele e tua mãe têm culpas em cartório... Tudo fica em família...

Depois tomou-lhe a mão, e olhando-a com ternura, como compadecendo-se já das lágrimas aflitas que ela ia chorar:

— E agora, escuta, filha. Não te aflijas com o que te vou dizer, mas é necessário, é a nossa salvação...

Às primeiras palavras, porém, do casamento com o escrevente, Amélia indignou-se com espalhafato.

— Nunca, antes morrer!

O quê? Ele punha-a naquele estado e agora queria descartar-se dela e passá-la a outro? Era ela porventura um trapo que se usa e que se atira a um pobre? Depois de ter posto fora de casa o homem, havia de humilhar-se, chamá-lo e cair-lhe nos braços?... Ah, não! Também ela tinha o