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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/492

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para passear... E eu vou-te lá ver todos os dias. Até hás-de gostar, verás.

— Enfim que lhe hei-de eu fazer? É aguentar. E com duas grossas lágrimas nas pálpebras, amaldiçoava intimamente aquela paixão que só amarguras lhe dava, e que agora, quando toda a Leiria ia para a Vieira, a forçava a ela a ir fechar-se na solidão da Ricoça, ouvindo tossir a velha e os cães uivar na quinta... - E a mamã, que diria a mamã?

— Que há-de dizer? A D. Josefa não pode ir para a quinta só, sem uma enfermeira de confiança! Não te dê cuidado. O padre-mestre está lá embaixo a trabalhá-la... E eu vou ter com ela, que já aqui estou só há bocado contido, e nestes últimos dias é necessário ter cautelinha...

Desceu. Justamente o cônego subia, e encontraram-se na escada.

— Então? perguntou Amaro ao ouvido do padre-mestre.

— Tudo arranjado. E por lá?

— Idem.

E no escuro da escada os dois padres apertaram-se silenciosamente a mão.



Daí a dias, depois duma cena de prantos, Amélia partiu com D. Josefa para a Ricoça num char-à-banc.

Tinham arranjado, com almofadas, um recanto cômodo para a convalescente. O cônego acompanhava-a, furioso com aquele incômodo. E a Gertrudes ia em cima na almofada, à sombra da montanha que faziam sobre o tope do carro os baús