Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/560

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correio em que estado estão as coisas". E num post-scriptum dizia: "Tem você pensado que destino se há-de dar ao fruto?"

— Mais vinte dias, menos vinte dias, repetiu a Dionísia.

E Amaro ali mesmo escreveu a resposta ao cônego, que a Dionísia devia levar ao correio: "A coisa pode estar pronta daqui a vinte dias. Suspenda por todo o modo a volta da mãe! Isso de modo nenhum! Diga-lhe que a pequena não escreve nem vai, porque a excelentíssima mana passa sempre adoentada".

E traçando a perna:

— E agora, Dionísia, como diz o nosso cônego, que destino se há-de dar ao fruto?

A matrona arregalou os olhos de surpresa:

— Eu pensei que o senhor pároco tinha arranjado tudo... Que se ia dar a criança a criar fora da terra...

— Está claro, está claro, interrompeu o pároco com impaciência. Se a criança nascer viva é evidente que se há-de dar a criar, e que há-de ser fora da terra... Mas aí é que está! Quem há-de ser a ama? É isso que eu quero que você me arranje. Vai sendo tempo...

A Dionísia pareceu muito embaraçada. Nunca gostara de inculcar amas. Ela conhecia uma boa, mulher forte e de muito leite, pessoa de confiança; mas infelizmente entrara no hospital, doente... Sabia de outra também, até tivera negócios com ela. Era uma Joana Carreira. Mas não convinha porque vivia justamente nos Poiais, ao pé da Ricoça.

— Qual não convém! exclamou o pároco. Que tem que viva na Ricoça?... Em a rapariga convalescendo