— Sabes que o Sr. padre Amaro foi criado comigo em Benfica?
Amaro fez-se vermelho: sentia que Teresa pousava sobre ele os seus belos olhos dum negro úmido como o cetim preto coberto de água.
— Está na província agora? Perguntou ela, bocejando um pouco.
— Sim, minha senhora, vim há dias.
— Na aldeia? continuou ela, abrindo e cerrando vagarosamente o seu leque.
Amaro via pedras preciosas reluzirem nos seus dedos finos; disse, acariciando o cabo do guarda-sol:
— Na serra, minha senhora.
— Imagina tu, acudiu a condessa, é um horror! Há sempre neve, diz que a igreja não tem telhado, são tudo pastores. Uma desgraça! Eu pedi ao ministro a ver se o mudávamos. Pede-lhe tu também...
— O quê? disse Teresa.
A condessa contou que Amaro requerera para uma paróquia melhor. Falou de sua mãe, da amizade que ela tinha a Amaro...
— Morria-se por ele. Ora um nome que ela lhe dava... Não se lembra?
— Não sei, minha senhora.
— Frei Maleitas!... Tem graça! Como o Sr. Amaro era amarelito, sempre metido na capela...
Mas Teresa, dirigindo-se à condessa:
— Sabes com quem se parece este senhor?
A condessa afirmou-se, o rapaz rechonchudo fincou a luneta.
— Não se parece com aquele pianista do ano