Página:O Drama do Pax.pdf/8

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Pax parecia absolutamente senhor da sua direcção. M. Severo estava tão satisfeito do resultado que, durante dez minutos repetiu a experiencia. Por não estarem em movimento as helices de propulsão, o balão foi arrastado pelo vento. Tudo ia pois muito bem. Reinava o maior praser entre os poucos espectadores que a hora matinal não amedrontara, e tendo sido dado por Severo o signal convencionado, todo mundo se preparava a ganhar os automoveis para se transportar ao campo de manobras de Issy-les-Moulinaux.

De repente um grito dilacerante rompeu de todos os peitos. O balão pegava fogo! Um clarão sinistro, partido da extremidade de traz da barquinha elevava-se para o aerostato que se inflammava subitamente. Uma espantosa detonação chegava até nós ao passo que o Pax e os seus dois aeronautas abismavám-se com uma vertiginosa velocidade atravez do espaço e, cahindo de uma altura de mais de 400 metros, vinham despedaçar-se horrivelmente na avenida do Maine.

Ser-me-ia impossivel descrever a dor que invadiu todos aquelles que assistiram a esse espectaculo horrivel, mais horrivel e mais triste para nós que rodeavamos a mulher e o filho do infortunado Severo, para nós que acabavamos de apertar as mãos das duas victimas desta catastrophe, para nós que passavamos tão bruscamente da alegria do successo ao horror da morte......

GEORGES CAYE.