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O GARIMPEIRO DO RIO DAS GARÇAS

O faro de João nada valia no momento. Tinha levado tantos trompaços que o seu pobre nariz, vermelho, arranhado e inchado, não funcionava mais.

Joli sem demora percebeu que o diamante estava oculto sob o chapéu de um dos bandidos. Ergueu-o com os dentes, e João Nariz, deslumbrado, viu no chão o seu tesouro maravilhoso.

Que alegria! O garimpeiro nesse momento sentiu-se o homem mais feliz do mundo.

Tinha sofrido tudo quanto humanamente é possível sofrer, mas fora recompensado.

Estava de novo na posse do seu tesouro e poderia deixar o sertão para realizar o seu grande sonho de vida feliz.

— Quero ver agora quem terá a coragem de me chamar João Nariz. Estou rico, estou milionário. Vou construir um palácio todo de ouro e prata! E você, amigo Joli, você de ora em diante vai passar a presunto e lingüiça de lombo de porco!

E assim acabou-se a história de João Nariz, o qual voltou para a cidade, construiu o palácio, casou-se e morreu conde — o senhor conde do Rio das Garças.