do que era realmente! Desvelos e solicitude que nunca tivera por pessoas de sua família, como os sentira por um estranho, pelo homem que maior mal lhe fizera neste mundo?
O espírito de Manuel agitou-se algum tempo nesse caos de seu coração; até que afinal, desprendeu-se uma centelha e os lábios murmuraram:
— Eu tenho de matá-lo!
Aí estava a razão. Aquele homem era sagrado para ele como a vítima já votada ao sacrifício. Aquela vida lhe pertencia; fazia parte de sua alma; pois era o objeto de uma vingança tanto tempo afagada.
A idéia de que ele havia de matar o Barreda, tornava Manuel compassivo não para o assassino de seu pai, mas para o enfermo que se revolvia no leito de dores.